Horário: madrugada
Data: 05/12/06
Acordei de madrugada e não consegui dormir novamente. Quando tal coisa acontece, normalmente tenho projeções espontâneas. Mas, desta vez, resolvi usar uma técnica nova e simples, que um integrante da comunidade “Sonhos Lúcidos”, do Orkut, indicou num tópico. O processo era simples:
Bastava dormir na posição de decúbito dorsal, mantendo as pernas juntas e os braços cruzados em cima do peito, na mesma posição em que os faraós eram mumificados.
Após alguns minutos nessa posição, meu corpo ficou bastante confortável. Logo uma sonolência foi se apoderando de minha consciência de vigília. Antes de adormecer, pedi mentalmente duas vezes para que Morpheus, o senhor dos sonhos, me conduzisse ou orientasse na dissolução dos meus defeitos psicológicos.
O que me lembro depois disso, foi sentir os meus braços em uma posição diferente daquela em que adormeci, eles estavam jogados do meu lado direito, enquanto ainda os sentia cruzados em meu peito.
Essa sensação me despertou.
Comecei a sentir minha mente ampliada e um ambiente plasmado:
Uma casa de dois cômodos em que vivi na minha infância.
A casa estava com algumas modificações, algumas partes dela se fundiam com a imagem da minha casa atual. Ainda me encontrava na posição de decúbito dorsal e flutuando.
Dirigi-me para o quarto e passei pela janela alcançando o quintal. Ao atravessar a janela me deparei com um céu estupidamente claro de um azul anil sem precedentes. Continuei voando e encontrei outra janela, além do quintal. Ao atravessá-la me deparei com um ambiente totalmente escuro, um espaço negro sem parâmetros de identificação.
Saí desse lugar e voltei pela janela do quarto volitando e pousando na cozinha da casa. Fiquei lá observando os móveis, estava tudo muito nítido. Depois o retrato de meus avós na parede me chamou a atenção.
Fiquei observando por alguns instantes, então pensei que não tinha sentido ou objetivo algum ficar ali olhando para o quadro.
Resolvi testar meu corpo psicossomático ou percebê-lo.
Olhei para as palmas de minhas mãos; elas apareceram, mas minha visão as captava de forma irregular, tinha a impressão que meus olhos estavam envesgados. Mantive a calma e continuei observando-as. Em dado momento elas pareceram mais uniformes, mas ainda assim tinha a sensação de vê-las com os olhos envesgados.
Procurei alternativa.
Coloquei a ponta da língua no céu da boca, senti perfeitamente a mucosa bucal, como se estivesse no físico. Logo, a visão das minhas mãos ficou mais parecida com as minhas do físico. Observei todo o ambiente e percebi maior nível de lucidez. Pensava em algo que tinha que lembrar.
Tentava a todo custo me lembrar qual era o procedimento seguinte a ser tomado, mas não me lembrava (que nesse caso, seria isolar certos itens, na intenção de ver energia). Como não me lembrava do procedimento, comecei a sentir a flexibilidade do meu corpo “sonhador”.
Primeiro comecei a pular até alcançar as mãos no teto. Depois de pular sentia meu corpo cair levemente quase sem gravidade. O estranho é que quando estava a alguns centímetros do chão o peso do meu corpo parecia aumentar e sentia o impacto do chão em minhas pernas (como sentiria se estivesse no corpo físico).
Depois, peguei uma pequena distância da parede, corri em direção a ela dando um impulso com os pés na parede e realizando um salto com giro para trás. Repeti o ato várias vezes, mas nunca rapidamente como seria necessário. Meu corpo fazia um movimento de 360 graus em círculo, caindo em pé na mesma posição inicial.
Era estranho porque sentia meu corpo leve, percebia os movimentos dos meus pés lentos, bizarramente pisava no teto e caía levemente ao chão.
Em um momento errei o impulso e caí de lado batendo o ombro.
Senti o impacto no meu corpo com tamanha violência que pensei que tinha me machucado e, embora não sentisse dor, senti o meu corpo extremamente denso, mas ao mesmo tempo flexível e leve.
Comecei a dar risadas da contradição.
Depois disso vejo meu pai aparecer na cozinha, estava sem camisa.
Fui de encontro a ele e o abracei de lado, colocando a mão em cima do seu plexo solar e dizendo:
Não se preocupe!
Se o senhor tiver alguma doença irá se curar!
Ele me respondeu sorrindo que tinha certeza disso, pois tinha fé e acreditava que poderia se curar, sim!
Depois desse diálogo apareci instantaneamente em meu quarto, onde dormia. Tinha certeza que já estava acordado.
Então minha ex -companheira me chamou e começou a falar comigo.
Como ainda estava um tanto sonolento não entendi a princípio.
Pedi para ela esperar um pouco, pois meus braços estavam meio adormecidos por ficar muito tempo cruzados sobre o peito. Levantei e eles pareciam de borracha, sem vida, então percebi que ainda estava dormindo.
Queria relatar a experiência para minha ex -companheira, mas ela começou a me mostrar a porta entreaberta. E perguntou se eu não sentia uma certa opressão quando dormia na sala. Respondi a ela que não.
Ela me disse que tinha uma sensação opressora quando dormia na sala.
Depois disso, tudo foi ficando embaralhado, meu pai e minha mãe apareceram em nosso quarto, depois meu irmão mais novo.
Ficamos conversando coisas sem muito sentido, peguei um cigarro e comecei a fumar (achei estranho minha atitude, por não fumar há anos!).
Tudo virou um sonho comum.
Em seguida acordei.
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