sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Fada




Projeção extrafísica espontânea.

Horário: 8h20
Data: 04/11/1996.

Na manhã do dia 04/11/96 tive mais uma de minhas experiências projetivas. Mais uma vez o desdobramento foi espontâneo. Quando percebi que estava fora do corpo físico, me encontrava na sala de casa, minha visão estava uma tanto embaçada, talvez pelo fato de estar ainda semiconsciente (sonolento).

Aos poucos fui despertando e assim minha visão foi retornando. Tudo foi ficando mais nítido. Pude perfeitamente ver, em minha visão extrafísica, a sala em seu todo e os móveis que ali se encontravam.
Nesse ínterim, me aproximei da porta da sala, tive vontade de abri-la e levei a mão até a maçaneta. Não consegui abri-la. O estranho era que a porta estava relativamente maior do que o normal. Essa incongruência me deixou um tanto confuso e minha visão tornou a se turvar. 

Novamente a sensação de sonolência apoderou-se de mim.


De imediato, antes que a inconsciência me dominasse, automaticamente passei a me concentrar na porta. 


Como num piscar de olhos tudo desapareceu e reaparecendo novamente. A impressão que tive foi à mesma de um filme cortado, pulando de uma cena a outra em frações de segundo. Observei a porta da sala que agora estava no tamanho normal. Acreditei naquele momento poder abri-la. Levei a mão novamente à altura da maçaneta. Desta vez, dando certo, senti um alívio momentâneo, puxei a porta e saí.


Ao passar pela porta, ao invés de encontrar os quatro degraus que levam à garagem de casa, me deparei com o corredor da casa de um amigo chamado Rogério. Não sei por que motivo, apareci lá. Quando percebi já estava andando pelo corredor, indo em direção ao portão de saída que dava para a rua. Lembro-me de que o portão estava fechado e transpassei por ele alcançando a calçada da rua.

Olhei adiante, do outro lado da rua; alguns metros à frente, estava a casa de outro amigo conhecido por Stálin. Observei que Rogério estava sentado em frente ao portão da casa de Stálin, ambos estavam lá a conversar.


Aproximei-me deles para saber o que conversavam, mas não pude entender. 


Encontravam-se ali a conversar coisas do cotidiano, do mesmo modo que muitas vezes eu também o fiz. Tentei participar da conversa, como fazia na vida diária, mas eles apenas olhavam pra mim e em seguida voltavam a conversar. 

Fiquei ali a observar simplesmente.


Era um dia comum de verão, como muitos outros em que também ali ficava a jogar conversa fora. A diferença era que sentia uma sobriedade e lucidez, fora do normal, algo que não sentia quando estava na vida comum. Estava muito perceptivo, talvez por isso percebi algo me chamando a atenção em direção ao corredor da casa de Stálin. Focalizei minha visão para dentro do corredor. Lá se encontrava um pequeno, mas nem por isso menos belo jardim de rosas. 

Percebi que elas estavam incrivelmente belas e maiores do que o normal. Suas cores estavam muito vivas e brilhantes. Em seguida vi que alguma coisa se locomovia de um botão de rosa para outro. A princípio acreditei se tratar de uma borboleta muito brilhante. À medida que me aprofundava em minha visão, melhor a forma se delineava e mais clara se tornava. Deixei Rogério e Stálin de lado e me dirigi ao jardim de rosas. Quando estava, mais ou menos a dois metros de distância do local, tamanha foi minha surpresa!


O que sobrevoava de uma rosa a outra não se tratava de uma borboleta, mas sim, de um ser conhecido hoje só em fábulas. O que via diante de mim era, nada mais nada menos que um ente da natureza, ou melhor, uma pequenina e belíssima fada. Uma fada das flores!

Fiquei absorto contemplando o lindo enteal. A bela fadinha sobrevoava de uma rosa a outra numa velocidade semelhante à de um beija flor. Ela se locomovia como um colibri. Enquanto pairava no ar suas asas batiam rapidamente despejando de sua borda uma luz azul anil fluorescente. Essas luzes caíam de suas asas transparentes e rendadas, como se fossem gotículas de um pó muito tênue, que se dissolvia antes mesmo de tocar no chão.

Todo seu aspecto era angelical, mas com um tom puro e selvagem. A fada media aproximadamente 15 cm. Suas asas, embora fossem em sua textura semelhantes às da libélula, tinham o formato das de borboleta. Seu corpinho estava coberto por uma espécie de tecido branco, quase transparente e muito tênue. Seus cabelos eram dourados como o ouro e ondulavam até a base da coluna. Parecia uma mulher adulta em miniatura; contudo, ao mesmo tempo não se parecia com nada que caracterizamos como humano, da forma como rotulamos. 


Definia-se mais como um ser híbrido, puro, selvagem, natural e angelical.

Mesmo quando parava, parecia estar em movimento, como em um incessante bailado multicolorido.

Fiquei tão perplexo com a visão, que me dirigi ao encontro de Stálin e Rogério, que estavam na calçada e continuavam a conversar. Dirigi-me a eles com expectativa; expressava-me e apontava, gesticulando em direção ao jardim.

Os dois olharam para mim com expressão de que não estavam entendendo nada. Então olharam na direção em que eu apontava, ao não verem nada, se entre olharam e voltaram novamente seus olhares para mim. Em seguida, como se nada estivesse acontecendo, voltaram a conversar sem me dar atenção.

Percebi que de nada adiantaria insistir. Voltei para próximo do jardim e o mais impressionante aconteceu.


A pequena fada saltou ligeiramente da rosa onde se encontrava e pairou à minha frente. Num ato automático estendi o braço direito para a fada, ela rapidamente pousou sobre a palma de minha mão. Tamanho foi meu espanto!

O pequeno ente ficou parado alguns instantes de segundos, e, logo após, veloz como um relâmpago, disparou num salto e sumiu. Fiquei olhando em todas as direções, mas não via nenhum vestígio da fadinha.

Corri rapidamente para próximo de meus amigos, na intenção de falar-lhes o que tinha acontecido. Mas, para meu desapontamento, novamente fizeram ar de não entendimento e continuaram centrados na conversa. Senti-me meio ansioso e decepcionado.


Nesse momento, vi um homem muito alto, trajando roupas comuns, descendo da casa de Stálin. Ele passou pelo corredor ao lado do jardim e se dirigiu até o portão onde estávamos. O homem passou por nós indiferente e como se nem existíssemos, caminhou até a rua. Não me lembro de sua fisionomia, mas o acompanhei com meu olhar até que sumisse no final da rua. Quase que ao mesmo tempo, em que, o homem desaparecera, no final da rua, vejo se aproximar de nós; duas mulheres de características negroides. 


Elas vinham lentamente, seguravam de uma extremidade a outra, um longo pau em que se prendia uma espécie de ornamento, muito parecido com um balão branco, daqueles feitos com folhas de pipa.


Ambas as mulheres tinham o cabelo bem baixo e rente à cabeça, quase careca e trajavam uma espécie muito bela de túnicas longas e brancas.

Rogério e Stálin, desta vez, perceberam que algo de diferente estava acontecendo, mas continuaram sentados onde estavam. As duas mulheres se aproximaram de mim e deram a entender que sabiam de tudo que estava acontecendo e, que, queriam falar comigo.


Fixei profundamente meu olhar em seus semblantes. Percebi o quanto elas eram parecidas entre si. Eram gêmeas tipicamente idênticas. Uma delas se fez mais próxima, sua postura era serena como de uma “sacerdotisa” (Filhas da Mãe África).


Tive a nítida sensação que ela queria me transmitir algo, como se ela soubesse dos acontecimentos e muito a meu respeito. Ela fez sinal com a cabeça em sentido de afirmação, parecia estar lendo os meus pensamentos ou pré-sentir os meus sentimentos. A mulher deu alguns passos à minha direção ficando a uns quatro palmas de distância de mim. 


Olhando profundamente em meus olhos transpassando uma expressão serena, fechou os seus olhos e começou a entrar em transe. Em seguida começou a se comunicar comigo numa espécie de telepatia. Na verdade não ouvia as palavras e, sim, sentia diretamente o que me transmitia, era linguagem em bloco. Impossível de ser mal interpretada, como no caso da linguagem verbal.


Começou dizendo coisas sobre tais acontecimentos e o por que de eu estar ali. 


Disse muitas coisas sobre mim, minha vida, sobre realizações e "missões" a cumprir. Quando terminou, senti forte emoção e não entendia por que intuitivamente tinha compreendido tudo, mas ao mesmo tempo, tudo que tinha sido revelado e se mostrava de suma importância para mim, instantaneamente foi se esvaziando de minha memória até não lembrar sequer de uma palavra do que ela me disse. Parecia que a onda de informações tinha me deixado confuso. Em instantes não lembrava de nada do que tinha me sido transmitido, apenas intuía a sensação das informações. Entrei em um estado de torturante confusão e me sentia meio que frustrado. 

Algo de muita importância me fora revelado e, de repente, como que em um turbilhão, tudo se foi apagando da minha memória, restando apenas as sensações da linguagem em bloco.


Meio em que ao desespero, tento falar, mas só meus pensamentos mesclados aos meus sentimentos se manifestaram, como que em ondas vibratórias expressando meu desapontamento. Tudo isso, foi o bastante para que a outra mulher captasse a sensação e se aproximasse em seguida. Tento expressar em pensamentos os meus sentimentos, que a essa altura estavam muito confusos. 


Ao perceber que ela também começa a entrar em transe, me concentro afim de não esquecer o que me transmitiria. Mas, quando ela começou a transmitir a mensagem, não sei porque motivo, tudo que percebo e assimilo em bloco, logo se fragmenta e se dissipa, restando apenas a sensação vibratória da mensagem.


Meu desapontamento aumenta, mas ainda sim, consigo expressar o que sinto em meu coração. Não sei bem, ou não me lembro, o que disse, mas sentia como se fosse um desabafo, um tipo de peso ou pesar que a muito sentia em minha vida a ponto de pressionar fisicamente minhas costas.

A mulher passou suas mãos sobre minhas costas, por toda coluna vertebral. 


Senti todo meu corpo psicossomático se aquecer (podia sentir também um alivio no meu corpo físico que estava deitado) e um súbito alívio em dois níveis de consciências apareceu. Na medida, em que ela passava as mãos em minhas costas, comecei a ver o aparecimento de uma luz azul anil fluorescente encobrir e perpassar toda minha coluna. Tratava-se da mesma luz que contornava as asas da fadinha. Tinha a mesma densidade, cor e brilho.


Ao terminar de passar as mãos em minhas costas, a sacerdotisa saiu do transe em que se encontrava e, se afastando, voltou a segurar o ornamento junto a sua “irmã”.


Com a luz de cor azul anil fluorescente, brilhando por todo minha coluna, me lembrei que tinha praticamente esquecido dos meus amigos. Olhei do meu lado direito a procura de Rogério e Stálin e vi, que ali não mais se encontravam. Tinham desaparecido. Olhei em direção as sacerdotisas e elas também tinham desaparecido.

Olhei para a palma de minha mão direita e percebi que ali, onde a pequena fadinha tinha pousado, também brilhava, em forma de vórtice, a mesma luz anil fluorescente. Senti súbita alegria e espanto. Uma enorme satisfação transpassou-me ao contemplar a luz em minha mão.

Em seguida, comecei a sentir uma forte sensação, de um tipo de força magnética me atraindo. Como um ímã me puxava, logo não resisti e, me entreguei à força que me parecia guiar de volta para casa.


Quando comecei a subir a rua, um tipo de tela holográfica com imagens de crianças, visualizou-se acima de mim. Entre as imagens de crianças uma me chamou a atenção. Era um bebê recém nascido que lembrava muito a mim mesmo, parecia até ser meu filho. Não consegui fixar muito tempo minha atenção na imagem, pois me sentia um tanto sonolento e elas começaram a se turvar.

A força magnética aumentou a tal ponto que logo perdi a consciência.


Acordo!

Estou sentado na parte de cima do beliche de meu quarto.



Tento descer e não consigo. 

Não entendo... 

Sinto-me leve como uma pena!


Nesse momento, percebi que não tinha adormecido na parte de cima do beliche e, sim, na parte de baixo. Na incongruência da situação, tive a certeza que ainda estava em corpo psicossomático e compreendi ainda estar projetado em meu quarto.

Olhei para o chão e vi um buraco de uns 60 cm se projetar diante de meus olhos. Desci do beliche e observei que na cavidade se encontravam dois objetos. Eram dois anéis. Retirei-os do buraco e coloquei-os na palma da mão. 


Um dos anéis era de prata e tinha em seu formato, um crânio com um elmo em cone, como aqueles usados pelos bárbaros e Viking. Senti forte atração pelo anel e tratei logo de colocá-lo no dedo. O outro anel era de ferro fundido e no seu formato tinha a imagem da cabeça de um cão. "Por anos seguidos, sempre tive sonhos em que era perseguido por cães e, por esse motivo, tive receio e evitei colocá-lo, mas na verdade, não me lembro se fiz isso ou não. O que me lembro, foi que em seguida, comecei a perder os sentidos e fui dragado ao meu corpo físico instantaneamente, que repousava inerte na parte de baixo do beliche."


Acordei como num suspiro, olhei pela janela, os raios do sol já se apontavam, eram entre 8h00 ou 8h30 da manhã.


Levantei com uma forte sensação de alívio nas costas.

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