terça-feira, 13 de setembro de 2011

Neblina em espiral


Projeção Extrafísica espontânea
Horário: madrugada
Data: 04/08/05

Estava deitado na cama, junto à minha ex -companheira. Por algum motivo não conseguia dormir. Meu corpo estava cansado, mas minha mente em alerta. Em alguns momentos um sono profundo me dominava, juntamente com uma sensação no meio do meu corpo, como uma pressão morna e ao mesmo tempo suave, que nem por isso deixava de ser brusca.

Esse estado se repetiu vezes seguidas, como que se, em dado momento, mudassem a estação de um radio e/ou TV, para logo após redirecioná-la ao canal original. Esse estado me dava a impressão que logo uma força me dominaria. E foi o que aconteceu.

Num piscar de olhos percebi estar “sonhando” mas não um sonho comum, e sim algo tão lúcido que sentia todas as sensações corpóreas. 

Encontrei-me agachado em cima de um banco de praça em frente a uma igreja. Conhecia o local, se tratava da praça central da cidade de São Francisco Xavier.

Percebi estar com um peso nas pálpebras, meu corpo estava quase completamente paralisado. 


Tentava me mexer, sair daquela posição e, no entanto, meus movimentos eram lentos como os de um bicho-preguiça. Sentia um peso por todo meu corpo também. Fiz esforço imenso para sair de cima do banco da praça. 

Sentia-me como se estivesse sob o efeito de algum psicoativo indol.

No exato momento em que consegui me levantar, movendo minhas pernas e meus braços, a força que me mantinha naquele estado cedeu. 


Num piscar de olhos, me projetei lúcido e consciente para a sala de casa. 

Estava um tanto escuro. Era de madrugada, mas percebia certa luminosidade devido às luzes da rua.

Comecei a ouvir uma canção muito alta que vinha de todas as direções, inclusive de dentro de mim. Logo a reconheci como uma canção de poder, utilizada nos trabalhos de lua cheia do Santo Daime. O nome da canção é “Liberdade”. Assim que reconheci a canção comecei a bailar em seu ritmo. 


Em seguida percebi que estava bailando muito rápido e de forma apreensiva, do mesmo jeito que fazia nos trabalhos do Santo Daime. Então compreendi que estava repetindo os mesmos maneirismos com meu corpo extrafísico. 

Após essa compreensão me acalmo e bailo de forma mais tranquila e serena. 

E é quando passo a sentir o meu corpo psicossomático ficar mais leve e com uma temperatura morna. Em seguida, dei um pequeno salto e atravessei a parede do teto. Comecei a me sentir contente e me entreguei totalmente à experiência. 

Voltando para casa, comecei a voar e girar pelos quatro cantos da sala, indo para frente e para trás, para cima e para baixo. Usava mesmo as paredes como apoio, para andar rapidamente por ela com meu psicossoma na horizontal. 

Sentia-me uma criança brincando de ser mágico.

A força que me impulsionava (força que estava fora e dentro de mim) começou a aumentar e a temperatura se elevou. A sala parecia uma estufa, um calor abafado. Entreguei-me por completo e, então, um poder fora de mim começou a me girar em forma de espiral. 


Parecia estar em um redemoinho. 

O calor continuava a aumentar, mas o meu corpo energético sentia uma sensação morna, quase úmida e macia. Olhei em volta de mim e vi que a força que me fazia girar era uma espécie de neblina espiralada. 

Enquanto ela me girava na posição de decúbito dorsal, uma parte dela se desprendeu e, como um tentáculo, entrou na minha boca. 

Tive a impressão de ficar com a boca totalmente aberta. 

Senti a energia passar - fisicamente falando - pela minha garganta, esôfago até a boca do estômago. Tinha a impressão de gelo seco e, embora a sensação fosse macia, não era agradável nem desagradável. 

Mas, por algum receio infundado, passei a ficar com um medo difuso. 

Intuitivamente sentia que a energia estava fazendo um tipo de “endoscopia em meu corpo psicossomático”, fiquei incomodado e me entreguei às minhas desconfianças. Isso gerou um descontrole emocional. Fechei a boca para perder a sensação da energia que, naquele momento, já era morna e úmida como o vapor. 

Sentia a energia fluindo até meu estômago e depois voltando até a faringe. Na verdade não sentia mal estar, tampouco parecia ruim, mas, no entanto, era algo estranho e desconhecido para mim. 

Mas, ainda sim, podia sentir a sensação parecida com gelo seco que deixava.

Continuei girando na espiral e sentindo a temperatura
Aumentando. Quanto mais rápido girava, maior a temperatura ficava. O calor chegou a tal ponto que, de súbito, volto à minha consciência comum (vigília). 


Quando acordo minha companheira, que estava abraçada a mim, se afasta num impulso e meio inconsciente resmunga umas palavras:

—Nossa, mas que calor!

No instante seguinte, voltei totalmente à vigília.

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