Data: 07/02/07 – quarta-feira
Horário: madrugada
Tudo começou com um sonho mais ou menos lúcido, em que me encontrava numa trilha no mato. Comecei a andar adiante, e logo percebi que minha ex companheira acompanhava-me.
Um pio de coruja chamou nossa atenção e comecei a caminhar em direção ao som que a suposta coruja fazia, mas minha ex-companheira me advertiu para não ir atrás do pio.
Tive a impressão de que não poderia ser de fato uma coruja, então viramos de costas e caminhamos na direção oposta ao piado.Comecei a olhar o horizonte e tive uma estranha certeza de que tudo aquilo não era real.
Tive consciência de estar num sonho, pois as coisas à minha frente eram incoerentes.
Parecia não existir horizonte, a mata terminava exatamente a alguns passos atrás de mim e à minha frente se estendia um espaço vago, um horizonte inerte, um céu sem nuvens e atrativos.
Achei tudo aquilo engraçado e quando quis chamar a atenção da minha ex-companheira para a incongruência, ela já não estava mais ao meu lado.
A partir de então, comecei a dar risadas da situação ridícula na qual me encontrava.
Disse a mim mesmo que tudo aquilo não fazia sentido.
Tive um acesso de lucidez e malícia.
Disse a esmo que, naquele momento, só faltava aparecer uma corda de algum ponto do espaço vago, para que eu pudesse subir até não sei para onde ela levasse.
Para minha surpresa uma corda, ou uma espécie de cipó, apareceu do nada à minha frente.
Ela estendia-se para cima, não podia ver o seu fim, pois o próprio céu não apresentava fundo.
Não acreditava no absurdo do que estava acontecendo, mesmo assim resolvi subir pela corda para saber aonde chegaria.
Fui subindo pela corda em meio a risadas.
Comecei a pensar que sua parte final poderia estar presa ao nada, no ar, e imaginei-me rindo muito quando chegasse lá.
Em seguida, já estava no final da corda e, para minha surpresa, ela estava presa ao nada, como imaginara. Minha perplexidade com o absurdo da situação foi tamanha, que ao invés de dar uma gargalhada fiquei sério.
Mas logo minha mente deu um jeito na situação. Quando percebi a cena já tinha mudado de figura.
Agora eu estava segurando duas cordas, uma em cada braço, e escalando um imenso muro branco que sumia verticalmente pelo infinito.
Tive receio de cair, então estiquei as cordas o máximo possível dobrando-as em minhas mãos.
Ao realizar esse ato, tive um acesso incrível de lucidez.
Uma sensação de corporalidade assumiu o comando.
Olhei para as minhas mãos e elas estavam quase estranguladas com a pressão da corda exercida pelo peso do meu corpo.
Foi quando percebi ter acordado no “sonho”.
A cena novamente mudou e eu apareci na ponta de um penhasco, com um abismo infindo e um cipó diante do meu rosto.
Tudo era coerente a não ser o cipó, que não sabia onde estava amarrado; mas podia facilmente atravessar o abismo com ele.
O lugar era escuro, mas não lúgubre.
Estava consciente de já não estar mais simplesmente num sonho comum, mas sim numa experiência no “sonhar”.
A clareza ou lucidez de minha percepção dizia-me que tinha que chegar ao outro lado (margem) do desfiladeiro usando o cipó.
Tive receio, pois ouvia o tinir do vento que vinha do abismo.
Mesmo com medo, lembrei-me que não deveria ficar preso ao condicionamento físico. Com misto de medo e abandono segurei na corda e saltei para o abismo.
Senti o vento bater no meu rosto e um gelo na minha barriga que só fez aumentar a veracidade do acontecimento.
Em meio ao abismo profundo, imaginei que deveria me abandonar por completo, como se fosse um pássaro que poderia voar.
Fui até o outro extremo do abismo, cheguei próximo à outra margem e voltei no mesmo impulso para a ponta do penhasco.
A sensação, embora o medo estivesse pressente, foi muito gratificante.
Era de ter encarado e enfrentado o desafio corajosamente.
Porém, sabia que deveria dar mais saltos, algo me dizia que era preciso saltar mais vezes até me sentir livre e sem medo.
Novamente soltei-me e saltei com o cipó até a outra extremidade. Senti mais claramente a força do vento contra meu corpo e o frio na barriga. Voltei novamente para o ponto de partida no cume do penhasco.
O medo continuava, mesmo assim sentia que poderia saltar diversas vezes, enquanto mantivesse o meu estado de espírito alerta e em abandono.
Repeti o salto mais umas três ou quatro vezes, e todas elas foram inexplicavelmente esmagadoras e únicas.
O som do vácuo que ouvia das profundezas do abismo era paralisante.
Quando saltei pela última vez, o vento exerceu uma pressão tão forte no meio do meu corpo que pude sentir a minha corporalidade física total, não me deixando dúvidas de que poderia estar lá realmente, que poderia “acordar” naquele lugar e mesmo cair no abismo.
Quando voltei para o ponto de partida, estava em um estado peculiar de alerta e prontidão.
Sentia que realmente estava lá com meu corpo físico. Então, algo me transportou do penhasco onde estava. Tive alguns segundos de confusão ou inconsciência.
O que me lembro nesse ínterim, foi de ver a minha imagem como que em um quadro de filme, sendo integrada aos meus ossos.
Ou seja, vi as partículas, ou a coesão da minha estrutura física, voltando e se acoplando ao meu esqueleto.
Depois disso, estava de pé ao lado da minha cama observando o meu corpo físico que dormia sobre o lado esquerdo.
Fiquei por um tempo observando meu corpo físico e senti uma vibração emocional emitida dele.
Era uma vibração emocional que não podia descrever, mas sabia do que se tratava. Logo essa sensação foi interpretada como um certo cansaço deprimente, ou algo parecido. Então percebi algo estranhamente sem sentido no meu corpo físico.
No lugar da minha cabeça se encontrava a cabeça de um pássaro branco e singular. O bico era como os das aves de rapina e lembrava a um falcão. Podia claramente ver os olhos fechados imersos em um profundo sono.
Fiquei intrigado ao ver meu corpo físico com essa forma animal. Lembrava-me os Deuses Egípcios, particularmente Hórus o deus com cabeça de falcão.
Mas, de qualquer forma, a cabeça de pássaro era desconhecida para mim.
Nunca vi algum pássaro parecido. Depois de observar os detalhes das plumagens brancas acordei.
Um pio de coruja chamou nossa atenção e comecei a caminhar em direção ao som que a suposta coruja fazia, mas minha ex-companheira me advertiu para não ir atrás do pio.
Tive a impressão de que não poderia ser de fato uma coruja, então viramos de costas e caminhamos na direção oposta ao piado.Comecei a olhar o horizonte e tive uma estranha certeza de que tudo aquilo não era real.
Tive consciência de estar num sonho, pois as coisas à minha frente eram incoerentes.
Parecia não existir horizonte, a mata terminava exatamente a alguns passos atrás de mim e à minha frente se estendia um espaço vago, um horizonte inerte, um céu sem nuvens e atrativos.
Achei tudo aquilo engraçado e quando quis chamar a atenção da minha ex-companheira para a incongruência, ela já não estava mais ao meu lado.
A partir de então, comecei a dar risadas da situação ridícula na qual me encontrava.
Disse a mim mesmo que tudo aquilo não fazia sentido.
Tive um acesso de lucidez e malícia.
Disse a esmo que, naquele momento, só faltava aparecer uma corda de algum ponto do espaço vago, para que eu pudesse subir até não sei para onde ela levasse.
Para minha surpresa uma corda, ou uma espécie de cipó, apareceu do nada à minha frente.
Ela estendia-se para cima, não podia ver o seu fim, pois o próprio céu não apresentava fundo.
Não acreditava no absurdo do que estava acontecendo, mesmo assim resolvi subir pela corda para saber aonde chegaria.
Fui subindo pela corda em meio a risadas.
Comecei a pensar que sua parte final poderia estar presa ao nada, no ar, e imaginei-me rindo muito quando chegasse lá.
Em seguida, já estava no final da corda e, para minha surpresa, ela estava presa ao nada, como imaginara. Minha perplexidade com o absurdo da situação foi tamanha, que ao invés de dar uma gargalhada fiquei sério.
Mas logo minha mente deu um jeito na situação. Quando percebi a cena já tinha mudado de figura.
Agora eu estava segurando duas cordas, uma em cada braço, e escalando um imenso muro branco que sumia verticalmente pelo infinito.
Tive receio de cair, então estiquei as cordas o máximo possível dobrando-as em minhas mãos.
Ao realizar esse ato, tive um acesso incrível de lucidez.
Uma sensação de corporalidade assumiu o comando.
Olhei para as minhas mãos e elas estavam quase estranguladas com a pressão da corda exercida pelo peso do meu corpo.
Foi quando percebi ter acordado no “sonho”.
A cena novamente mudou e eu apareci na ponta de um penhasco, com um abismo infindo e um cipó diante do meu rosto.
Tudo era coerente a não ser o cipó, que não sabia onde estava amarrado; mas podia facilmente atravessar o abismo com ele.
O lugar era escuro, mas não lúgubre.
Estava consciente de já não estar mais simplesmente num sonho comum, mas sim numa experiência no “sonhar”.
A clareza ou lucidez de minha percepção dizia-me que tinha que chegar ao outro lado (margem) do desfiladeiro usando o cipó.
Tive receio, pois ouvia o tinir do vento que vinha do abismo.
Mesmo com medo, lembrei-me que não deveria ficar preso ao condicionamento físico. Com misto de medo e abandono segurei na corda e saltei para o abismo.
Senti o vento bater no meu rosto e um gelo na minha barriga que só fez aumentar a veracidade do acontecimento.
Em meio ao abismo profundo, imaginei que deveria me abandonar por completo, como se fosse um pássaro que poderia voar.
Fui até o outro extremo do abismo, cheguei próximo à outra margem e voltei no mesmo impulso para a ponta do penhasco.
A sensação, embora o medo estivesse pressente, foi muito gratificante.
Era de ter encarado e enfrentado o desafio corajosamente.
Porém, sabia que deveria dar mais saltos, algo me dizia que era preciso saltar mais vezes até me sentir livre e sem medo.
Novamente soltei-me e saltei com o cipó até a outra extremidade. Senti mais claramente a força do vento contra meu corpo e o frio na barriga. Voltei novamente para o ponto de partida no cume do penhasco.
O medo continuava, mesmo assim sentia que poderia saltar diversas vezes, enquanto mantivesse o meu estado de espírito alerta e em abandono.
Repeti o salto mais umas três ou quatro vezes, e todas elas foram inexplicavelmente esmagadoras e únicas.
O som do vácuo que ouvia das profundezas do abismo era paralisante.
Quando saltei pela última vez, o vento exerceu uma pressão tão forte no meio do meu corpo que pude sentir a minha corporalidade física total, não me deixando dúvidas de que poderia estar lá realmente, que poderia “acordar” naquele lugar e mesmo cair no abismo.
Quando voltei para o ponto de partida, estava em um estado peculiar de alerta e prontidão.
Sentia que realmente estava lá com meu corpo físico. Então, algo me transportou do penhasco onde estava. Tive alguns segundos de confusão ou inconsciência.
O que me lembro nesse ínterim, foi de ver a minha imagem como que em um quadro de filme, sendo integrada aos meus ossos.
Ou seja, vi as partículas, ou a coesão da minha estrutura física, voltando e se acoplando ao meu esqueleto.
Depois disso, estava de pé ao lado da minha cama observando o meu corpo físico que dormia sobre o lado esquerdo.
Fiquei por um tempo observando meu corpo físico e senti uma vibração emocional emitida dele.
Era uma vibração emocional que não podia descrever, mas sabia do que se tratava. Logo essa sensação foi interpretada como um certo cansaço deprimente, ou algo parecido. Então percebi algo estranhamente sem sentido no meu corpo físico.
No lugar da minha cabeça se encontrava a cabeça de um pássaro branco e singular. O bico era como os das aves de rapina e lembrava a um falcão. Podia claramente ver os olhos fechados imersos em um profundo sono.
Fiquei intrigado ao ver meu corpo físico com essa forma animal. Lembrava-me os Deuses Egípcios, particularmente Hórus o deus com cabeça de falcão.
Mas, de qualquer forma, a cabeça de pássaro era desconhecida para mim.
Nunca vi algum pássaro parecido. Depois de observar os detalhes das plumagens brancas acordei.
Nossa Tori!!! Que Sonhar foda!!!
ResponderExcluirVocê chegou a descobrir que pássaro era aquele e oq ele simbolizava para vc?
A sensação que deu do Sonhar é que era como se você estivesse tendo 'treinos' de alerta, auto-confiança, desprendimento, além é claro de lidar diretamente com o primeiro inimigo do fundo dos seus ossos.
Obrigada por compartilhar!
Intento!
Sim Jéssika, foi um Sonhar daqueles rss
ResponderExcluirO pássaro é realmente um Falcão.Sempre tive uma "estranha" relação com ele, mas isto só ficou evidente à mim depois de uma experiência fortíssima com a ayahuasca onde me deparei com pirâmides com um olho dentro. Se tratava do símbolo de Hórus.
O falcão é a representação do olho de Hórus.O Olho que tudo vê e, que está associado ao Conhecimento.
Sim, realmente sinto que nesses Sonhares meu Corpo Sonhador está passando por tipos específicos de "treinos"!
Grato pelo comentário!
Intento!